A POESIA PREVALECE
Sim, os poros de minha língua
me diferenciam
bem e mal, suavidade, angústia,
dia a dia
Esse gosto tanto quanto anacrônico
Essa palavra que escorre pelos cantos
de minha boca
Esses verbos que se unem numa concordância
animalesca, que tomam minhas madrugadas
e me acometem a qualquer pedaço de papel à mão
Respiremos um pouco mais
Abracemos e beijemos um pouco mais
A vida é névoa
e num nano piscar de olhos tudo se esvai, se esvanece
se vai
E o que fica
é a não-rima que grita vorazmente
que a poesia prevalece
apesar de todos nossos ais
Idiane Dias
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